Salvando o dia

José González é uma das coisas mais lindas que existem no mundo, eu já falei isso pra vocês? Pois digo. Quando tou ali, no fundo do poço e cavando, coloco as músicas dele pra tocar e é como se eu estivesse sentadinha num sofá, com um amigo, tomando uma cerveja, conversando sobre a vida, as coisas boas que acontecem sem a gente esperar, as merdas que a gente faz e não sabe consertar, as oportunidades perdidas ou mal aproveitadas, as cenas bonitas que a gente guarda na memória lamentando não ter uma câmera à mão, os conselhos que a gente fala pra outra pessoa, em voz alta, porque também precisa deles pra si próprio.

Ignore the moaning as it tumbles to the ground
Be brave and save your day

Mas nem foi por isso que eu comecei esse post. Foi por outro motivo.
É que hoje eu cheguei em casa e tinha uma carta pra mim, uma carta que não era conta de luz nem boleto de aluguel nem propaganda de político. Uma carta que me deixou muito feliz, por razões diversas, incluindo minha atual deprimência crônica generalizada. Eu gosto muito de receber cartas, mas tenho preguiça de mandar respostas. Por vários motivos que vão desde o tempo que uma carta bem feita demanda até a vontade de fazer algo muito bonito pra mandar junto, e esse algo nunca acontece e as cartas ficam velhas e eu as perco no meio das coisas.

Mas o que eu queria mesmo dizer é que eu fico muito feliz quando eu percebo que as pessoas não desistem de mim. Porque até eu desisto de mim com uma freqüência considerável, então é muito bonito quando você percebe que as pessoas se importam com você, apesar da sua inabilidade em manter contato, como exige um relacionamento saudável. Porque das minhas intenções só eu sei, mas só a intenção sem ação não vale muito. E eu realmente preciso que as pessoas não desistam. É um motivo para continuar levantando da cama todo dia.

ouvindo: Save your day, José Gonzaléz.
lendo: só as coisa da faculdade. umas boas, outras chatas bagarái.

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