Há dias em que eu acordo pensando em todos os momentos em que estivemos juntos e em como aqueles sorrisos pareciam sinceros. Sempre tive a impressão de que era estranha no ninho, de que era a mais fraca, a mais feia, a mais dispensável, a mais inconveniente de todos, mas sempre vinha um abraço e tudo parecia invenção da minha cabeça, por poucos instantes que fossem.
Passaram tempos e vieram coisas e imprevistos, até entendo, mas não completamente. E meu orgulho não me deixou correr atrás de alguma brecha de porta que alguém tivesse esquecido aberta - eu entraria e ficaria olhando de longe aquela bolha de euforia que antes me incluía também.
Ainda hoje me pego olhando pros lados e esperando que algum de vocês ligue, me procure, deixe recado me dizendo que só estavam pensando no meu bem quando deixaram de dar notícias, quando me esqueceram perdida num canto com meus infinitos livros e mp3, quando fizeram questão de me entregar ao meu abandono.
Me pergunto, em franca tortura, se vocês pensaram em mim quando andaram por aquelas ruas em que eu gostaria de estar; eu, que gostaria de estar em qualquer lugar que não aqui, que gostaria de ser livre e não consigo.
Mas é pra eu aprender.
Ninguém tem pena de quem não tem amor-próprio.
ouvindo: Spencer Perceval, iLIKETRAINS.
lendo: Tender is the night, F. Scott Fitzgerald.
Nenhum comentário:
Postar um comentário