; A vida estranha que a gente leva, um equilíbrio entre frustrações e vontade de sobreviver.
; Um quase-casamento que veio quando você menos esperava, mas que faz bem e você torce pra dar certo e não ser mais uma coisa na lista de "eu não sou tão boa nisso".
; O desespero físico de ter alguém para abraçar, que não passa nem com abraço, como se fosse uma agonia de ter um corpo material.
; A faculdade que te absorve e tira de você tantas coisas boas e dá em troca coisas duvidosamente empregáveis na a construção de uma vida feliz, porém talvez com mais dinheiro e menos adolescencices na cabeça - me sinto muito adulta sublimando os problemas e vivendo um dia atrás do outro sem ter tempo de pensar.
; A dificuldade em escrever algo que faça sentido, que seja relevante, que seja bom. As fotografias feias ou fora de foco, que não dizem nada nem pra mim, que as tirei. O pensamento automático, o sentimento de cérebro atrofiando, de estar jogando no lixo a fase teoricamente mais produtiva da vida.
; Os segredos pesados que você carrega sem querer e que o tempo não torna mais leve, pelo menos não até agora.
; Os amigos que você perde por não saber cuidar e os novos que você não faz por não saber bem como agir. A hesitação entre criar uma concha e sair de todas as redes sociais ou de voltar a ter uma vitrine onde as pessoas sabem de você e podem te stalkear com moderação.
; O cansaço crônico que pode ser depressão, um colchão ruim ou simplesmente um excesso de atividades mesmo, quem sabe - talvez eu tenha nascido para uma vida mais simples e fique desafiando essa minha tendência genética com um esforço absurdo e inútil. A preguiça e a falta de paciência.
; O forno que sempre estraga os bolos que você faz para alguém, os plásticos manchados de molho de tomate, a geladeira que acumula verduras estragando - aquelas mesmas que você comprou com tanto carinho na feira de sábado, mas não teve oportunidade de comer. O chão manchado, o azulejo quebrado, o chuveiro sem aterramento que pode um dia te matar pelada no banho.
; O ano novo que já veio fodido e sem muitas esperanças, justamente por ter começado com um contraste gigante entre querer e ter, vontade e razão, coragem e circunstâncias.
; A pontuação não convencional que a gente usa quando escreve um texto, apenas para sentir que pode ter controle sobre alguma coisa.
; Os comprimidos do tratamento abandonado pela metade que te olham perguntando se você já decidiu se eles são necessidade real ou a solução mais fácil.
... Faço planos etéreos, difíceis de materializar e também tenho pensado como a minha eu do passado se sentiria em relação a mim: talvez ficasse feliz, talvez tivesse pena, talvez segurasse minha mão e me levasse pra passear por aí, "vem cá, não se martirize tanto".
{Alguém ainda lê isso?}
ouvindo: Chinatown, Destroyer.
lendo: Para sempre teu, Caio F., Paula Dip.
10 comentários:
eu leio :)
eu leio, mas as vezes esqueço de quem é o blog (tá no reader) e sempre lembro depois.hahaha
:)
eu leio e releio sempre ;)
presente.
é nóis na área, lendo sempre. :)
Coincidentemente, alguns dias depois de você postar, me dá vontade de passar por aqui.
No espírito do teu post aqui vai um remédio que me ajudou a me manter de pé uns dias atrás:
http://bit.ly/eRyRaS
É um texto sem babaquices. Útil até.
Beijos.
Belissimos textos você escreve moça.
eu leio e tenho alguns pensamentos bem parecidos com o seu.
Vez por outra bate uma saudade, ai passo por aqui.
"...só se lembre que eu tenho raiz, só se lembre que estou por aqui..."
A moça é muito abençoada pela enxurrada de sofrimentos, porque a cada passo no caminho da superação eles nos moldam a moral.
Mal posso esperar pelo dia em que você vai tentar questionar algo triste, sem antes responder a si mesma, antes mesmo de falar... ^^
Torço por você moça, sempre! =***
Eu leio; anonimamente, mas leio.
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