Não sei mais agora o que fazer com todas aquelas coisas não ditas que se acumularam e depois, por falta de esperança, guardei em caixas de despejo; aquelas frases delicadas que eu tinha ensaiado para dizer a 1cm de distância do teu ouvido e murcharam por falta de oportunidade, e de coragem.
Não sei mais agora o que fazer com todas aquelas coisas não ditas que eu tinha escondido a ponto de não mais lembrar, sendo trazidas assim de novo à tona. Inesperadamente descobrir que um dia já houve reciprocidade, mas ninguém teve coragem de arriscar um passo e, dessa incomunicabilidade, cada um ficou quieto no seu canto. Obedecendo Drummond, ninguém amou. E a noite esfriou.
Nesse dia não dormi direito, sonhei confusamente contigo e acordei agitada, mas sem lembrar bem por quê. Melhor assim, talvez? Só sei que foi efeito colateral de ver fotos antigas e pensar em tantos talvezes irremediavelmente (?) já perdidos com o tempo.
ouvindo: Quelqu'un m'a dit, Carla Bruni.
lendo: Reparação, Ian McEwan.
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