É tudo uma questão de foco, um amigo disse no meio de uma conversa, curiosamente no mesmo dia em que a gente se perdeu muitos metros antes de chegar onde queria. Se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve - mas você corre o risco de não sair do lugar, também. Stuck. Ou de voltar ao ponto de partida. Running in circles, chasing tails. E eu me comprometi, assumindo um compromisso aqui dentro da cabeça, como milhares de vezes antes, a tentar sair dessa falta de iniciativa e simplesmente começar. Eu queria que fosse tudo em linha reta, mas a gente fica preso nessas voltas, como se fugir de quem a gente é fosse tarefa difícil demais. Repetir, repetir, uma mentira tantas vezes que a gente começa a acreditar; como quando a gente sorri por costume e já não sabe mais dizer o que é felicidade de verdade. A soma de todos os dias anteriores pesando nas costas. Mas e as milhares de oportunidades, as escolhas que se faz a cada dia? Há que se ter coragem, e então? Olhar para trás é tentação inevitável, ninguém sai ileso de que quer que seja, são impressões que ficam marcadas nos ossos. Eu queria ter dito, ter evitado, ter negado, ter ousado muitas coisas, voltar e fazer diferente, acreditar mais, ou fingir melhor. Mas agora é só seguir em frente e consertar, ou não, nunca sei até que ponto eu devo mexer nas feridas dos outros, ao invés de sanar pode piorar a dor. Pessoas são coisas frágeis, eu deveria saber. É, eu sei. E que escolha a gente tem, afinal? Redoma ou coração aberto, tudo tem vantagem e prejuízo, e eu nunca aprendi a medir prós e contras.
Now it's said and done
So never mind that never mind at all
Go back to sleep.
ouvindo: Hunter, Portishead.

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