Aí que era domingo à noite, eu deixando de lado livros de história para conversar no GTalk e tentar um desses jogos de fuga que nunca consigo terminar sem ter pelo menos uma ajudinha de alguma página da internet, porque, veja bem, é muito difícil para mim, apesar do telencéfalo altamente desenvolvido, adivinhar onde clicar.
Aí que o telefone toca e era um número que não constava na agenda. E isso tem graves problemas subentendidos.
I) Como não gosto de ligar pras casas das pessoas (alô, boa tarde, poderia falar com -inserir nome qualquer-?) , geralmente só tenho o número do celular delas.
II) Só sei decorados, para o caso de me perder no supermercado, os telefones de mainha e de painho, do meu irmão (que nunca atende) e da casa de três tias que moram perto.
III) Se existe uma coisa que não gosto (salvo raras exceções, hein, Lucas?), essa é falar ao telefone, especialmente com pessoas com as quais não tenho intimidade; sempre pareço uma imbecil, porque meu tempo de resposta é lento e sou meio surda.
I + II + III) Quando o número é desconhecido, tenho medo de atender. Às vezes, nem atendo mesmo.
Aí que era número desconhecido, mas eu estava de bom humor e atendi. E foi estranho falar com alguém com quem não falava há séculos. Pra ser sincera, também nunca esperava que fosse voltar a falar. Paranóia é lema de vida e tenho a impressão (ou certeza, vai saber) de que algumas pessoas me odeiam/rejeitam/desprezam. Se já não corro atrás das que gostam de mim, com essas nem gasto meus passos. Pelo jeito, nem era tão grave assim o caso. O tempo é um negócio incrível e decisões tomadas no susto sempre dão uma adrenalina danada, nem sei se foi o caso. 12min de conversa casual, como se fosse um encontro acidental no meio da calçada, e convite descompromissado para conversar mais depois. Bacana, até; mas completamente inesperado.
Isso, meu irmão ouvindo Silversun Pickups, a morte do Enéas e eu ter (quase) ganhado chocolate por causa de uma produção de texto me fazem ter certeza de que tem alguma coisa muito estranha com o mundo esses dias.
ouvindo: Nothing's happening, Ben Kweller.

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