nunca tive medo do escuro, de sapo ou de barata. o que me assustava era a imensidão das coisas e a minha pequenez diante delas; daí eu ter medo de sair à noite no quintal, aquele céu enorme e todos os extraterrestres que poderiam aparecer para me levar, hahaha.
o tempo passou e continuo a menina com medo da imensidão das coisas. e meu maior problema é ter - em algum ponto indefinido - deixado de enxergar as possibilidades com otimismo. o medo do fracasso me paralisa, como nenhuma outra coisa faz. debruçar-se em varandas de prédios, ficar presa em elevadores, ficar doente, terremoto, coração partido ou ficar grávida (hein, ju): nada me assusta mais do que fracassar terrivelmente, fazer escolhas erradas e não conseguir consertar.
mas acho que no fundo, a questão é o comodismo: falta iniciativa, foco e método. saber tomar decisões também era uma coisa que gostaria de fazer. e evitar que os fatores externos influenciassem tanto nas decisões já tomadas. acho que o primeiro passo talvez seja começar a fazer as tais listas de coisas - e realmente cumpri-las. organizar horários e ser mais disciplinada, certamente.
acho que os tapas que já levei na cara ainda não foram suficientes pra me fazer despertar por completo: ainda estou semi-sonâmbula pela vida afora. a desculpa da vez é o gesso, mas como juliana disse, já tenho algumas tarefas a serem cumpridas antes de tirá-lo. se orienta, menina; ju falou. e "orientar-me-ei" é a palavra do resto de abril. buscar deixar de fracassar em tudo simplesmente por não tentar, como a letícia falou.
e lá vamos nós.
ouvindo: Construção, Mônica Salmaso.
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